Lá estava eu na Unicamp, às 19h, em uma aula vaga; nesse dia eu só teria a segunda aula. Então, como de costume, fui estudar na biblioteca da Física. No meio do caminho, vi um cabeludo olhando pro telhado de maneira estranha e ouvi um miado. É claro que parei pra ver
Depois de dez minutos tentando chamar o gato, ele simplesmente saiu por vontade própria sem precisar da nossa ajuda. Ok. Aí ele ficou lá olhando pra gente com cara de fome, e o cabeludo foi comprar alguma coisa pra alimentar o bichinho, enquanto eu fiquei brincando. Depois do cabeludo repartir o lanche, ele foi embora e eu continuei com o gato porque
Então olhei bem pro gato, todo magricelo e subnutrido, e resolvi que tinha que fazer alguma coisa. Decidi adotar o gato. Quando eu decido alguma coisa, está decidido; eu sou teimosa demais. O nome dele seria Faraday. Mas como eu levaria o Faraday pra casa?! Bom, um
Achei que ele estivesse em aula vaga, mas não estava. De qualquer forma, ele achou que
Minha mãe perdeu quaisquer esperanças que tinha a respeito da minha sanidade mental quando resolvi largar a computação pra fazer música, então não se espantou muito quando cheguei em casa trazendo um gato e um ex-namorado.
O pobre Faraday estava morrendo de fome e devorou o prato de leite que dei pra ele, apesar de estar assustado com os latidos da minha cachorra no quintal. Então eu o deixei com a minha mãe e voltei pra faculdade pra
Quando cheguei em casa de novo, minha mãe disse que o gato estava desesperado pra sair, ela abriu a porta e ele sumiu.
...
Nunca mais vi o Faraday de novo.
Mas como sou nippo-brasileira e não desisto nunca, teve também...
A segunda noite em que raptei um gato da Unicamp
Eu e meu ex tínhamos voltado a namorar, e um dia encontrei um gato no Instituto de Computação. Ele era a coisa mais linda, bem mais carinhoso que o Faraday. Encontrei um pouco de comida pra gato ali por perto, e concluí que ele estava morando lá. Deixei um pouco de água pra ele e o nomeei Tanenbaun.
Em outra noite, encontrei a moça que dava comida pro gato. Ela me contou que na verdade é uma gata, e falou que as moças da segurança estavam cuidando dela, mas que um FDP denunciou isso pra algum departamento lá da Unicamp, e vieram encher o saco falando que não se pode criar gatos porque os felinos comeriam todos os pássaros e isso geraria um desequilíbrio. Tipo, QUÊ? Enfim. Por isso ela dava comida pra Tanenbaun às escondidas.
Pobre Tanenbaunzinha, tão carinhosa! Ela não podia ficar abandonada ao relento! Como na minha casa não deu certo, convenci meu ex-ex a levar a gata pra casa dele.
Dessa vez, mais preparados (com uma casinha de gato), colocamos o plano em ação. No fim a porta da casinha se abriu e eu tive que ficar meia hora segurando uma gata desesperada. Mas tudo correu bem. Ou não. Ciça, a gata que já habitava a casa, não foi com a cara da nova moradora. Prendi a Ciça no quarto, enquanto cuidávamos da Tanenbaun. No dia seguinte ela ainda estava lá, escondida embaixo do sofá, então aparentemente ela não fugiria. Yay! Tudo certo. Ou não, de novo.
A Ciça ficou deprimida, e meu ex-ex estava superprotegendo a gata nova, então eu fiquei meio irritada com ela. Até que apareceu um gato de rua e a gata começou a andar com ele e só aparecer em casa pra comer. Rameira ingrata! Pelo menos a Ciça voltou a ficar feliz.
A gata nova precisava de um novo nome, já que Tanenbaun é masculino. Meu ex-ex queria chama-la de Djikstra. Mas aí nós terminamos de novo e eu não sei que fim a gata levou.
Eu sinto saudades da Ciça.
Desisti de salvar os gatos da Unicamp.
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